O homem,
para ser feliz, tem de encontrar resposta para as grandes questões da vida.
Entre as questões que afetam o homem em qualquer tempo e lugar, que apelam ao
seu coração, que é onde se desenvolve a trama mais importante da sua história,
está, inquestionavelmente, a sexualidade.
O homem
procura encontrar resposta a perguntas capitais como: que devo fazer para
educar a minha sexualidade, para ser dono dela? Pois, por sua vez, o corpo da
outra pessoa apresenta-se como reflexo dessa pessoa e também como ocasião para
dar rédea solta a um desejo de auto-satisfação egoísta.
- Considera
então a sexualidade um assunto muito importante?
O governo
mais importante é o de si próprio.
Se uma
pessoa não adquirir o domínio necessário sobre a sua sexualidade, vive com um
tirano dentro de si.
Se uma
pessoa não adquirir o domínio necessário sobre a sua sexualidade, vive com um
tirano dentro de si.
A
sexualidade é um impulso genérico entre qualquer macho e fêmea. Em
contrapartida, o amor entre um homem e uma mulher procura a máxima
individualização. E, para que o corpo seja expressão e instrumento desse amor
individualizado, é preciso dominar o corpo de modo a que não fique subjugado
pelo prazer imediato e egoísta, e, acima de tudo, atue ao serviço do amor.
Porque, se não se educar bem a própria afetividade, é fácil que, no momento em
que deveria brotar o amor puro, se imponha a força do egoísmo sexual. Visto
que, no momento em que a sexualidade deixar de estar controlada, começa a sua
tirania.
Pensar numa
desinibição sexual simpática e desdramatizada, na qual o sexo se converte num passatempo
bonito e inofensivo, como uma árvore ou uma flor, seria uma fantasia utópica ou
um triste desconhecimento da natureza e da psicologia humanas.
Um
certo "treino"
Apenas as
pessoas podem participar no amor. Todavia, não o encontram já pronto e preparado
em si próprias. Se uma pessoa permitir que a sua mente, os seus hábitos e as
suas atitudes se impregnem de desejos sexuais não encaminhados para um amor
pleno, resultará que pouco a pouco se vá deteriorando a sua capacidade de amar
verdadeiramente, e estará permitindo que se perca um dos tesouros mais
preciosos que todo o homem pode possuir.
Se não se
esforçar por retificar esse erro, o egoísmo far-se-á cada vez mais dono da sua
imaginação, da sua memória, dos seus sentimentos, dos seus desejos, e a sua
mente ir-se-á enchendo de um modo egoísta de viver o sexo.
Tenderá a
ver o outro de um modo interesseiro, apreciará acima de tudo os valores
sensuais ou sexuais dessa pessoa e fixar-se-á muito menos na sua inteligência,
nas suas virtudes, no seu caráter ou nos seus sentimentos.
O despertar do
prazer erótico antes do tempo costuma ocultar a necessidade de criar uma
amizade profunda e pura. Aliás, uma relação baseada apenas numa atração
sensual, tende a ser flutuante pela sua própria natureza, e é fácil
que em pouco tempo - ao desvanecer-se esse atrativo - acabe em decepção, ou
até numa reação emotiva negativa, de antipatia e desafeto.
que em pouco tempo - ao desvanecer-se esse atrativo - acabe em decepção, ou
até numa reação emotiva negativa, de antipatia e desafeto.
- Consideras
difícil de retificar essa deterioração no modo de ver o sexo?
Depende da
profundidade que tenha a deterioração e, sobretudo, de se é firme ou não a
decisão de a superar. O fundamental é reconhecer sinceramente a necessidade de
proceder a essa mudança e decidir-se verdadeiramente a realizá-la.
como um
desafio: é preciso purificar, encher de higiene a imaginação, de limpidez a
memória, de claridade os sentimentos, os desejos, a pessoa na totalidade.
É - em um
outro âmbito muito mais sério - como treinar-se para recuperar a frescura e a
agilidade depois de ter perdido a boa forma física.
- E não é um
pouco artificial isso de treinar-se? Não chega ter as idéias claras?
No amor, tal
como acontece na destreza de qualquer desporto, ou na maioria das habilidades
profissionais, ou em tantas outras coisas, se não há suficiente prática e
treino, as coisas saem mal.
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